Vince Gilligan, criador de Breaking Bad confessa: “Walter é o câncer de Jesse.”
O criador de Breaking Bad, Vince Gilligan comentou sobre a mesma durante a última TCA ( Television Critics Association) a IGN TV.
Você já foi alguma vez verificar na internet a reação dos fãs sobre a série? Você se preocupa com coisas assim?
Gilligan: Nós vivemos em uma época maravilhosa, na qual a internet dá a possibilidade de obtermos feedback instantâneo dos fãs. Mas eu sou um cara à moda antiga e, de fato, quase não uso internet ou e-mail, nem tenho um site pessoal ou algo parecido. Acredito que isso cabe a cada um, isto é, se ele quer ou não fazer uso das ferramentas disponíveis. Não que eu não me importe com a opinião dos fãs, mas particularmente acho esse negócio de feedback instantâneo, quando as pessoas dizem “eu quero mais disso” ou “quero mais daquilo” é algo que dá a impressão que estamos pedindo comida enquanto olhamos em um cardápio. Na verdade, funciona melhor pra mim não saber a reação dos fãs sobre os episódios. Eu temo pelas minhas reações e como temos um grupo muito capacitado de escritores e tendo consciência do rumo que queremos tomar, eu acabaria não gostando se nosso barco tomasse outro rumo devido as ondas que os fãs poderiam gerar com suas reações.
Com todos os prêmios e elogios que a série vem recebendo, isso o faz querer deixar as coisas mais loucas e intensas na série?
Gilligan: : Deveria. Mas eu sou muito neurótico e me preocupo muito com isso. Tenho muito orgulho de todas as indicações da série, mas isso me assusta também. Depois de nossa indicação para “Melhor Drama” ano passado e voltamos para a sala de redação, confesso que tive dificuldade de prosseguir com a estória porque pensei comigo mesmo “Cara, as pessoas realmente estão prestando atenção no programa.” Então depois que as indicações vieram, eu pensei comigo mesmo “nós temos que ser melhores do que já somos.” E eu quero continuar sendo o melhor. Eu quero levar este programa a novos patamares. E o velho ditado diz que a “Perfeição é inimiga do Bom.” Isto é, se você se esforça muito para atingir a perfeição, que você nunca vai alcançar, porque ninguém é perfeito, pode acabar paralisado e isto poderá levá-lo a ruína. Então essa é a batalha que meus escritores me ajudam a travar. “Vamos ser tão bons o quanto podemos, mas também temos um tempo limitado para isso e, no fim do dia, isso é apenas um programa de televisão.” Você sabe, nós não estamos curando o câncer.
Vince Gilligan com as estrelas da série Aaron Paul e Bryan Cranston.
Gilligan: Nós estamos tentando contar a mesma história que contamos no primeiro dia. Nós não estamos tentando trazer muitas novas influências. Não é porque não haja boas influências lá fora, mas porque esta é a estória basicamente de um herói, um cara bom, que aos poucos se transforma em um cara ruim.
Ele não faz isso de propósito. Afinal é sobre isso que a estória fala. É sobre transformação. É o processo. Qual seria o processo de se tornar um traficante, quando até então você era um cidadão decente? Quais são as mudanças que se sofre moralmente? Em no nível pessoal? Quais sacrifícios? Do que você desiste? Como isso lhe atinge? Então, mantendo essa premissa simples, conseguimos nos manter na trilha certa.
Agora vocês só retornam ao ar em julho do ano que vem. Muitos fãs estão chateados sobre isso. Você sente algum tipo de sensação estranha de conforto ao saber que as pessoas gostam do programa desse jeito?
Gilligan: Eu amo nossos fãs. Eu amo nossos telespectadores. Eles fizeram da gente um sucesso. Mas isso me deixa triste também. Fico chateado que eles tenham que esperar tanto tempo. Mas fico feliz em saber que eles estão ansiosos para ver a nova temporada. E essas decisões não somos nós quem tomamos, e sim a parte burocrática da Rede AMC. Nós estamos tentando fazer limonadas sem limões. Não foi nossa escolha esperar até julho do próximo ano, mas ao fazerem isso, dão aos meus escritores um longo tempo. E quanto mais tempo temos na sala de redação, antes da produção do programa começar, mais chance temos de fazer a série ainda melhor.
Você citou a transformação de Walter White de um herói em vilão. Ele vai chegar a um ponto que não haverá mais retorno? No fim, ele vai se tornar alguém que desprezaremos?
Gilligan: É a questão fundamental do programa. Esta é realmente uma boa questão, apesar que não tenho uma resposta para ela. Para o bem ou mal, o que estamos tentando fazer em Breaking Bad, é fazer um formato diferente de estória para televisão. Coloquemos dessa forma: a televisão historicamente busca proteger a franquia de um programa. Colocando isso em palavras: você assiste M*A*S*H, convidando estas pessoas para entrar na sua casa, semana após semana, porque você gosta destas pessoas. A guerra da Coréia durou oito meses ou dois anos, ou algo assim. M*A*S*H se desenrolou por doze ou treze anos. E M*A*S*H foi como muitos programas, pois trazia algo que agradava, e eles buscaram manter os personagens por muito tempo. Mantendo os personagens como eram, sem alterá-los por muitas temporadas. Isso é algo que a televisão faz bem. Permite você convidar pessoas para dentro de suas casas, fazendo com que ao assistir estas pessoas, você se importe com elas e busca fazer com que se importa cada vez mais com elas. Portanto, faz sentido para os produtores de qualquer programa proteger a franquia, mantendo os personagens reconhecíveis e sem muitas mudanças. E isso não é algo ruim. Alguns dos meus programas favoritos, buscaram manter os personagens da forma que eram, sem alterações, e um deles foi M*A*S*H. Mas eu pensei comigo mesmo quando comecei Breaking Bad, que eu queria pegar o personagem principal e transformá-lo como aconteceria na vida real.
Pessoas acabam mudando, para a melhor ou para a pior. E pensei que se tivéssemos uma série com uma vida curta e se iniciássemos com Walter White, um cara igual a nós, um cara legal e, que depois, a cada episódio, nós transformaríamos aquela pessoa em alguém cada vez menos amável. Este seria um programa interessante para se assistir. Pelo menos para mim seria.
Pode não parecer evidente quando você começa a assistir, mas é um programa com uma estrutura diferente, porque o homem que você vê no primeiro episódio não será o mesmo que você verá no último. Mesmo agora, no momento que estamos da série, Walter White, já não é o mesmo homem do primeiro episódio. E quanto mais Walter White se distancia do homem que ele era no primeiro episódio, mais risco corremos de que alguém desligue a televisão após o episódio. As pessoas podem dizer “Esse cara é assustador. Ele é um cara ruim. Por que eu vou continuar assistindo este cara?” E para mim, este é um risco que corremos. O público não pensa de forma uniforme. Tem pessoas diferentes que suportam mais ou menos maldade que os outros. Eu acredito inclusive que perdemos alguns espectadores durante o caminho. Eu acredito que durante a evolução do programa – embora possa haver momentos de culpa ou momento de clareza moral, que ele diga para si mesmo “Eu não sou o homem que eu costumava ser. Isso é uma coisa boa?” – mas no geral, ele não luta contra isso como ele costumava fazer. Me preocupa a possibilidade de pessoas desligarem a televisão, mas ainda acho que é uma experiência digna.
Você pode falar um pouco sobre as mudanças na parte moral do programa? Primeiro era Walter, depois Skyler assume o papel. Mas todo mundo vai e vem. No ponto em que o programa está no final da terceira temporada, Jesse é quem está indo contra as coisas e pedindo que Walter se apresente ao DEA.
Gilligan: Não é minha intenção ser sombrio e negativo. Eu não digo que devemos ser cínicos e pessimistas. Eu não sou uma pessoa otimista, mas também não me considero um pessimista também. Eu não estou tentando contar uma estória fantástica sobre como as pessoas são essencialmente sombrias ou criminosas. O câncer é uma grande parte do nosso programa. Walter White tem câncer de pulmão e isso o desperta, o irrita. Faz sentir-se traído. Faz com que ele não se importe mais com o que a sociedade diz estar certo ou errado. Mas agora que ele vive, porque ironicamente, agora ele tem o melhor plano médico, o câncer literal, que era inicialmente a trama da série, se tornou algo metafórico. Walter White é o câncer. Sua criminalidade. Sua falta de moralidade nesse ponto do programa é o câncer que infecta os outros personagens. Primeiramente Jesse. Jesse Pinkman começou como um traficante de metanfetamina no primeiro episódio, mas mesmo assim eu gosto de pensar que é ele que se preocupa com a moral. Não no programa, mas na parceria dele com Walter.
Jesse, sempre está perguntando “Nós devemos continuar fazendo isso? Nós já não temos dinheiro suficiente?” A relação deles é quase algo entre pai e filho. E mesmo assim Walter diz para Jesse “É hora de você deixar os negócios.” Walter é o câncer em Jesse. Walt é um câncer em sua família. Nós veremos na quarta temporada e já se observou isso na temporada anterior que Skyler gradualmente vai ajudá-lo nos negócios. Ajudá-lo a lavar o dinheiro das drogas. Talvez o personagem mais decente da estória será Hank.
Vocês fizeram algo muito bom com Hank, porque ultimamente seu personagem é um obstáculo – da mesma maneira que Rita foi um obstáculo para os objetivos de Dexter. Mas ao mesmo tempo, você o tornou essencial, mesmo que isso signifique destruir todo o mundo de Walter?
Gilligan: Obrigado. Eu adoraria ter crédito e dizer que sabíamos desde o primeiro dia que sabíamos o que estávamos fazendo com o personagem. Eu não imaginava como o programa poderia ficar complicado, de uma boa maneira, até que meus redatores mostraram o quanto poderíamos fazer, com o programa, os atores e os papéis dos personagens. Foi algo gradativo. Quando penso nisso me sinto orgulhoso, porque eu não imaginei isso no inicio. Eu gosto do fato que Hank seja o cara que é. Ele é um homem que tem vários defeitos. Ele tem stress pós-traumático. Ele é um pouco racista. Ele não é um dos personagens mais agradáveis às vezes. Mas ele tem um bom coração e quer fazer o que acredita ser o correto. E ele quer cumprir a lei. E quando ele quebra a lei quando bate em Jesse, ele se entrega.
Você já foi alguma vez verificar na internet a reação dos fãs sobre a série? Você se preocupa com coisas assim?
Gilligan: Nós vivemos em uma época maravilhosa, na qual a internet dá a possibilidade de obtermos feedback instantâneo dos fãs. Mas eu sou um cara à moda antiga e, de fato, quase não uso internet ou e-mail, nem tenho um site pessoal ou algo parecido. Acredito que isso cabe a cada um, isto é, se ele quer ou não fazer uso das ferramentas disponíveis. Não que eu não me importe com a opinião dos fãs, mas particularmente acho esse negócio de feedback instantâneo, quando as pessoas dizem “eu quero mais disso” ou “quero mais daquilo” é algo que dá a impressão que estamos pedindo comida enquanto olhamos em um cardápio. Na verdade, funciona melhor pra mim não saber a reação dos fãs sobre os episódios. Eu temo pelas minhas reações e como temos um grupo muito capacitado de escritores e tendo consciência do rumo que queremos tomar, eu acabaria não gostando se nosso barco tomasse outro rumo devido as ondas que os fãs poderiam gerar com suas reações.
Com todos os prêmios e elogios que a série vem recebendo, isso o faz querer deixar as coisas mais loucas e intensas na série?
Gilligan: : Deveria. Mas eu sou muito neurótico e me preocupo muito com isso. Tenho muito orgulho de todas as indicações da série, mas isso me assusta também. Depois de nossa indicação para “Melhor Drama” ano passado e voltamos para a sala de redação, confesso que tive dificuldade de prosseguir com a estória porque pensei comigo mesmo “Cara, as pessoas realmente estão prestando atenção no programa.” Então depois que as indicações vieram, eu pensei comigo mesmo “nós temos que ser melhores do que já somos.” E eu quero continuar sendo o melhor. Eu quero levar este programa a novos patamares. E o velho ditado diz que a “Perfeição é inimiga do Bom.” Isto é, se você se esforça muito para atingir a perfeição, que você nunca vai alcançar, porque ninguém é perfeito, pode acabar paralisado e isto poderá levá-lo a ruína. Então essa é a batalha que meus escritores me ajudam a travar. “Vamos ser tão bons o quanto podemos, mas também temos um tempo limitado para isso e, no fim do dia, isso é apenas um programa de televisão.” Você sabe, nós não estamos curando o câncer.
Vince Gilligan com as estrelas da série Aaron Paul e Bryan Cranston.
Gilligan: Nós estamos tentando contar a mesma história que contamos no primeiro dia. Nós não estamos tentando trazer muitas novas influências. Não é porque não haja boas influências lá fora, mas porque esta é a estória basicamente de um herói, um cara bom, que aos poucos se transforma em um cara ruim.
Ele não faz isso de propósito. Afinal é sobre isso que a estória fala. É sobre transformação. É o processo. Qual seria o processo de se tornar um traficante, quando até então você era um cidadão decente? Quais são as mudanças que se sofre moralmente? Em no nível pessoal? Quais sacrifícios? Do que você desiste? Como isso lhe atinge? Então, mantendo essa premissa simples, conseguimos nos manter na trilha certa.
Agora vocês só retornam ao ar em julho do ano que vem. Muitos fãs estão chateados sobre isso. Você sente algum tipo de sensação estranha de conforto ao saber que as pessoas gostam do programa desse jeito?
Gilligan: Eu amo nossos fãs. Eu amo nossos telespectadores. Eles fizeram da gente um sucesso. Mas isso me deixa triste também. Fico chateado que eles tenham que esperar tanto tempo. Mas fico feliz em saber que eles estão ansiosos para ver a nova temporada. E essas decisões não somos nós quem tomamos, e sim a parte burocrática da Rede AMC. Nós estamos tentando fazer limonadas sem limões. Não foi nossa escolha esperar até julho do próximo ano, mas ao fazerem isso, dão aos meus escritores um longo tempo. E quanto mais tempo temos na sala de redação, antes da produção do programa começar, mais chance temos de fazer a série ainda melhor.
Você citou a transformação de Walter White de um herói em vilão. Ele vai chegar a um ponto que não haverá mais retorno? No fim, ele vai se tornar alguém que desprezaremos?
Gilligan: É a questão fundamental do programa. Esta é realmente uma boa questão, apesar que não tenho uma resposta para ela. Para o bem ou mal, o que estamos tentando fazer em Breaking Bad, é fazer um formato diferente de estória para televisão. Coloquemos dessa forma: a televisão historicamente busca proteger a franquia de um programa. Colocando isso em palavras: você assiste M*A*S*H, convidando estas pessoas para entrar na sua casa, semana após semana, porque você gosta destas pessoas. A guerra da Coréia durou oito meses ou dois anos, ou algo assim. M*A*S*H se desenrolou por doze ou treze anos. E M*A*S*H foi como muitos programas, pois trazia algo que agradava, e eles buscaram manter os personagens por muito tempo. Mantendo os personagens como eram, sem alterá-los por muitas temporadas. Isso é algo que a televisão faz bem. Permite você convidar pessoas para dentro de suas casas, fazendo com que ao assistir estas pessoas, você se importe com elas e busca fazer com que se importa cada vez mais com elas. Portanto, faz sentido para os produtores de qualquer programa proteger a franquia, mantendo os personagens reconhecíveis e sem muitas mudanças. E isso não é algo ruim. Alguns dos meus programas favoritos, buscaram manter os personagens da forma que eram, sem alterações, e um deles foi M*A*S*H. Mas eu pensei comigo mesmo quando comecei Breaking Bad, que eu queria pegar o personagem principal e transformá-lo como aconteceria na vida real.
Pessoas acabam mudando, para a melhor ou para a pior. E pensei que se tivéssemos uma série com uma vida curta e se iniciássemos com Walter White, um cara igual a nós, um cara legal e, que depois, a cada episódio, nós transformaríamos aquela pessoa em alguém cada vez menos amável. Este seria um programa interessante para se assistir. Pelo menos para mim seria.
Pode não parecer evidente quando você começa a assistir, mas é um programa com uma estrutura diferente, porque o homem que você vê no primeiro episódio não será o mesmo que você verá no último. Mesmo agora, no momento que estamos da série, Walter White, já não é o mesmo homem do primeiro episódio. E quanto mais Walter White se distancia do homem que ele era no primeiro episódio, mais risco corremos de que alguém desligue a televisão após o episódio. As pessoas podem dizer “Esse cara é assustador. Ele é um cara ruim. Por que eu vou continuar assistindo este cara?” E para mim, este é um risco que corremos. O público não pensa de forma uniforme. Tem pessoas diferentes que suportam mais ou menos maldade que os outros. Eu acredito inclusive que perdemos alguns espectadores durante o caminho. Eu acredito que durante a evolução do programa – embora possa haver momentos de culpa ou momento de clareza moral, que ele diga para si mesmo “Eu não sou o homem que eu costumava ser. Isso é uma coisa boa?” – mas no geral, ele não luta contra isso como ele costumava fazer. Me preocupa a possibilidade de pessoas desligarem a televisão, mas ainda acho que é uma experiência digna.
Você pode falar um pouco sobre as mudanças na parte moral do programa? Primeiro era Walter, depois Skyler assume o papel. Mas todo mundo vai e vem. No ponto em que o programa está no final da terceira temporada, Jesse é quem está indo contra as coisas e pedindo que Walter se apresente ao DEA.
Gilligan: Não é minha intenção ser sombrio e negativo. Eu não digo que devemos ser cínicos e pessimistas. Eu não sou uma pessoa otimista, mas também não me considero um pessimista também. Eu não estou tentando contar uma estória fantástica sobre como as pessoas são essencialmente sombrias ou criminosas. O câncer é uma grande parte do nosso programa. Walter White tem câncer de pulmão e isso o desperta, o irrita. Faz sentir-se traído. Faz com que ele não se importe mais com o que a sociedade diz estar certo ou errado. Mas agora que ele vive, porque ironicamente, agora ele tem o melhor plano médico, o câncer literal, que era inicialmente a trama da série, se tornou algo metafórico. Walter White é o câncer. Sua criminalidade. Sua falta de moralidade nesse ponto do programa é o câncer que infecta os outros personagens. Primeiramente Jesse. Jesse Pinkman começou como um traficante de metanfetamina no primeiro episódio, mas mesmo assim eu gosto de pensar que é ele que se preocupa com a moral. Não no programa, mas na parceria dele com Walter.
Jesse, sempre está perguntando “Nós devemos continuar fazendo isso? Nós já não temos dinheiro suficiente?” A relação deles é quase algo entre pai e filho. E mesmo assim Walter diz para Jesse “É hora de você deixar os negócios.” Walter é o câncer em Jesse. Walt é um câncer em sua família. Nós veremos na quarta temporada e já se observou isso na temporada anterior que Skyler gradualmente vai ajudá-lo nos negócios. Ajudá-lo a lavar o dinheiro das drogas. Talvez o personagem mais decente da estória será Hank.
Vocês fizeram algo muito bom com Hank, porque ultimamente seu personagem é um obstáculo – da mesma maneira que Rita foi um obstáculo para os objetivos de Dexter. Mas ao mesmo tempo, você o tornou essencial, mesmo que isso signifique destruir todo o mundo de Walter?
Gilligan: Obrigado. Eu adoraria ter crédito e dizer que sabíamos desde o primeiro dia que sabíamos o que estávamos fazendo com o personagem. Eu não imaginava como o programa poderia ficar complicado, de uma boa maneira, até que meus redatores mostraram o quanto poderíamos fazer, com o programa, os atores e os papéis dos personagens. Foi algo gradativo. Quando penso nisso me sinto orgulhoso, porque eu não imaginei isso no inicio. Eu gosto do fato que Hank seja o cara que é. Ele é um homem que tem vários defeitos. Ele tem stress pós-traumático. Ele é um pouco racista. Ele não é um dos personagens mais agradáveis às vezes. Mas ele tem um bom coração e quer fazer o que acredita ser o correto. E ele quer cumprir a lei. E quando ele quebra a lei quando bate em Jesse, ele se entrega.
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